Saúde

Como ajudar alguém que esteja em crise epilética?

Como ajudar alguém que esteja em crise epilética?

“Crises epilépticas estão entre as doenças neurológicas graves mais frequentes da infância. Existem vários tipos diferentes de crises. A epilepsia parcial benigna é a forma mais comum, geralmente acometendo crianças e adolescentes com idade entre 3 e 16 anos. Estes eventos predominam durante o sono. Entretanto, existem formas bem graves de epilepsia na infância”, explica o médico Ricardo Santos de Oliveira, neurocirurgião pediátrico, elencando abaixo dicas importantes para socorrer alguém que esteja em crise epilética.

  • Proteja a cabeça da pessoa para evitar um traumatismo;
  • Vire o rosto dela de lado para eliminar o acúmulo de saliva e impedir a asfixia com o próprio vômito;
  • Não segure a língua do paciente, sob o risco de tomar uma mordida, também não coloque objetos na boca, como uma colher;
  • Se a crise estiver durando mais de 5 minutos, chame imediatamente uma ambulância, o mesmo deve ser feito se a pessoa demorar a recobrar a consciência.

“O paciente com epilepsia pode ter uma vida normal, desde que sob tratamento médico controlado, podem e devem ser inseridos completamente na sociedade, ou seja, devem trabalhar, estudar, praticar esportes, se divertir”, comenta Ricardo.

Existem situações que a crise convulsiva ocorre de forma inédita num paciente adulto ou pediátrico, podendo estar associada a um tumor cerebral. O uso de tecnologias avançadas como a neuronavegação e a monitorização intraoperatória permitem cirurgias mais seguras.

Os remédios para epilepsia são controlados e o paciente deve sempre fazer acompanhamento médico para avaliar possíveis efeitos colaterais erroneamente atribuídos ao tratamento. A dose da medicação nunca deve ser alterada por conta própria.

Ricardo de Oliveira é graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRPUSP). Doutor em Clínica Cirúrgica pela Universidade de São Paulo, com pós-doutorados pela Universidade René Descartes, em Paris, na França e pela FMRPUSP. É orientador pleno do Programa de Pós-graduação do Departamento de Cirurgia e Anatomia da FMRPUSP e médico assistente da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Também é docente credenciado do Departamento de Cirurgia e Anatomia da pós-graduação e tem experiência com ênfase em Neurocirurgia Pediátrica e em Neurooncologia, atuando principalmente nas seguintes linhas de pesquisa: neoplasias cerebrais sólidas da infância, glicobiologia de tumores cerebrais pediátricos e trauma crânio-encefálico. Foi o neurocirurgião pediátrico principal do caso das gêmeas siamesas do Ceará. Atua com consultórios em Ribeirão Preto no Neurocin e em São Paulo no Instituto Amato.