Meio Ambiente

Córrego Sóter agoniza após supressão de mata ciliar

Córrego Sóter agoniza após supressão de mata ciliar

Depois de destruir a mata ciliar em trecho do Córrego Sóter, no Parque Ecológico que leva o mesmo nome, no Bairro Mata do Jacinto, a empreiteira contratada pela prefeitura para o trabalho de desassoreamento do leito simplesmente abandonou a obra.

Por conta disso, volume considerável de areia escoou para o leito do Sóter, piorando ainda mais o problema do assoreamento. Não se sabe as causas que levaram à suspensão dos trabalhos.

A reportagem do Vox MS esteve na manhã desta quinta-feira (25) no Parque Ecológico do Sóter, cuja revitalização para e recomeça desde o ano de 2020.

A situação no local é alarmante e considerada criminosa por ambientalistas, já que toda a mata ciliar foi suprimida ainda no ano passado, num processo que visava o desassoreamento de trecho para a recomposição original da pequena lagoa ali existente.

Estrutura à mostra

Por conta da intervenção, as bases de concreto que dão sustentação à ponte existente no local estão todas à mostra, assim como um pequeno filete de água que forma o leito do córrego.

No trecho agora novamente abandonado no Córrego Sóter, estavam sendo executadas obras de "desassoreamento do dispositivo de amortecimento de água pluvial", conforme indica placa instalada no local.

A estrutura em concreto inclusive já vinha sendo finalizada e é possível que as intervenções já tivessem sido concluídas, pois acontecem desde o ano passado.

Em função do abandono, o que seria a solução – desassoreamento e recomposição da lagoa – acabou se transformando em problema maior, já que sem a mata ciliar, com as chuvas a areia nua vem sendo transportada em maior volume para o leito do Córrego Sóter.

Histórico

As reformas no Parque Ecológico Sóter foram licitadas em 2019 e a LT Construções e Comércio Ltda venceu a disputa pelo valor de R$ 600,6 mil, conforme extrato publicado na edição de 23 de agosto do mesmo ano, no Diário Oficial de Campo Grande.

Depois que os egressos do sistema prisional concluíram a recuperação das grades que cercam o complexo, algumas intervenções vinham sendo feitas nos dois pontos de acesso ao parque.

Desequibrio

Em fevereiro de 2021, a empreiteira contratada pela prefeitura, alegando desequilíbrio financeiro e econômico no contrato em função da disparada de preços dos materiais de construção, requereu o reajuste da planilha.

Como não houve acordo, ela simplesmente abandonou o local. A placa alusiva às intervenções ainda continua instalada no local, bastante danificada em função da ação do tempo.

A reportagem não conseguiu informações se a empreiteira é a mesma que operava no local até o ano de 2021.

O Vox MS enviou pedido de informações à prefeitura, mas até o fechamento desta matéria não foi feito nenhum esclarecimento. O espaço segue aberto para o caso de o município se manifestar.